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O Movimento Estudantil

Antonio Mendes Jr. e Artur Poerner nos trazem em seus dois grandes livros (“Movimento Estudantil no Brasil” e “Poder Jovem”) relatos imprescindíveis para a formação de quem quer que se pretenda um membro ativo da vida política estudantil. Reler a conhecer a história do Movimento Estudantil em nosso país é entrar em contato com a própria história da luta pela democracia. Da derrubada da ditadura getulista à elaboração de uma constituição democrática em 1988, o ME está, desde seu nascimento, ligado nas pautas políticas. Não existe cisão entre representação estudantil na esfera administrativa e representação estudantil na luta política, aliás, da luta política é que nasceram os direitos à representação institucional dos estudantes.

                Se o vigor do movimento estudantil de luta da década de 1960 (que se dispôs até mesmo a pegar em armas para combater o golpe militar) hoje não se mantém, é preciso compreender que tipo de problemas gerou uma desmobilização das entidades tradicionais do ME, como a União Nacional dos Estudantes, as Uniões Estaduais de Estudantes e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas.

                Visitando um pouco da história dessas entidades, podemos perceber que elas tem sido dirigidas há décadas (no mínimo 30 anos) por correntes políticas ligadas ou coligadas ao Partido dos Trabalhadores (qual sejam, a União da Juventude Socialista – do PCdoB – e a Kizomba - juventude da corrente Democracia Socialista do PT). Para quem conhece a trajetória de lutas e conquistas do ME, o partidarismo no seio do movimento não deve ser um problema, o problema reside na verdade na cooptação e na traição desses partidos à causa dos estudantes.

                Se no final do século XX o PT protagonizou e dirigiu as lutas operárias, camponesas e estudantis, hoje o partido demonstra o esgotamento de seu projeto de conciliação entre opressores e oprimidos levado a cabo desde que entrou no governo federal em 2003. As correntes que dirigem o ME não foram capazes de fazer uma auto-crítica da capitulação do PT e, para se manter na direção com seus cargos remunerados e verbas do governo, usaram e usam de instrumentos desonestos e imorais. O cúmulo chega a defesa de pautas contrárias aos diretos dos estudantes, como por exemplo a restrição da meia entrada.

                Alguns grupos de luta idôneos ainda insistem em disputar a UNE, outros se desfiliaram. De todo modo, a participação de estudantes independentes e auto-organizados no ME tem caído nas últimas décadas e, com isso, o poder de mobilização e pressão política da categoria estudantil.

                Felizmente, alguns de nós ainda resistimos. Nesse mérito, cabe enaltecer a trajetória do DABC nos últimos tempos. Desde 2013 consolidamos uma gestão eficiente nos procedimentos representativos internos das instituições em que temos cadeiras (Faculdade e Universidade), fazemos frente ativa contra gestões corruptas do DCE e defendemos a unhas e dentes o direito daquelas e daqueles estudantes que pertencem a grupos historicamente marginalizados e desrespeitados, como as mulheres, negros e LGBTTIs. Enfrentamos professores, reitores e inclusive alunos quando suas posições e ações implicam no ataque à democracia e aos direitos fundamentais.

                Antes de nós, sequer disciplinas eletivas eram ofertadas com freqüência em nossa instituição, o DA nem mesmo tinha sala e professores com visões ultrapassadas e preconceituosas reinavam livres e impunes, ofendendo alunos e grupos sociais oprimidos. Cabe lembrar que nem mesmo as cadeiras de direito do DA dentro dos colegiados internos (espaços garantidos pela LDB) eram respeitadas. Essas conquistas e muitas outras só foram possíveis por causa da nossa coragem de estar do lado certo e de erguer a voz quando possível!

                Manter a memória viva é imprescindível para mensurar nossas vitórias e planejar nosso futuro! Sabemos que começamos com o impeachment de um grupo político que se elegeu sem o devido processo eleitoral, angariando 10 votos em uma eleição sem divulgação dentro de uma faculdade com quase mil alunos. Mas onde chegaremos, isso não sabemos, somente sabemos que seguiremos em luta!

 

PARTICIPE DO DA!

PARTICIPE DA COORDENAÇÃO ESTADUAL DOS ESTUDANTES DE DIREITO!

PARTICIPE DA FEDERAÇÃO NACIONAL DE NOSSO CURSO!

CONSTRUA A HISTÓRIA DO PAÍS COM SUAS PRÓPRIAS MÃOS!

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